sábado, 28 de abril de 2018

135.

(A minha profissão obriga-me ao sigilo profissional, que eu entendo, respeito e mais que tudo, APROVO. Cada pessoa tem direito à sua privacidade! Como tal, nunca irei aqui falar de ninguém especificamente, nem "em tempo real", nem sequer de onde me encontro com estas pessoas)

Trabalho num serviço pediátrico e, embora em todos os serviços - com crianças ou adultos - haja histórias de vida que não nos iriam ocorrer nunca serem possíveis, a verdade é que é aqui, junto de crianças desde as 0h de vida até aos 18 anos, que mais tenho visto e ouvido coisas realmente chocantes.

Saber que há meninas de 12 anos que, com a maior naturalidade do mundo, dizem (cit.:) "nunca fiz sexo vaginal, mas tudo o resto, já experimentei", leva-me a ter medo POR ELA...
Saber que há meninas de 16 anos que, com a maior vergonha do mundo, dizem (cit.:) "Eu ia a casa daqueles homens porque queria comer. Eles só me davam um pão depois de fazer coisas com eles", leva-me a ter medo DELES.

Vivemos num mundo podre. Vivemos num mundo em que o carácter ficou na gaveta, os escrúpulos eram coisa do antigamente e o respeito é uma utopia.

134.


Titulo: Like.Share.Follow
Ano: 2017
Realizador: Glenn Gers
Elenco: Keiynan Lonsdale, Ema Horvath, Abraham Benrubi ...

Falava há dias com a minha avó sobre as redes sociais e a Internet (a minha avó tem Facebook e Whatsapp e um dia perguntou-me o que era e para que servia o Instagram. Oh meu deus!).
Disse-lhe aquilo que cada vez mais tenho como certeza: as redes sociais permitem-nos uma aproximação que só nos distancia. Deixamos de tomar um café com o grupo de amigos de sempre para estarmos infinitas horas a trocar mensagens no Whatsapp, deixamos de ir até determinado local porque as fotos no Instagram nos levam para lá, deixamos de ir até àquele campo sintético fazer um joguinho de futebol porque podemos jogar PES, FIFA, FM, deixamos de sair de casa para conhecer pessoas porque já há milhares de perfis online que nos permitem "apaixonar" por alguém, and so on... (Claro que isto é apenas um extrapolar das situações e das circunstâncias, e claramente, há biliões de pessoas neste mundo e só uma pequena maioria vive efectivamente num formato online).
Ver este filme foi o confirmar dos perigos que corremos ao viver tão fechados num mundo tão aberto.
E apercebo-me aos poucos que não vejo tantos filmes porque as personagens já são tão irritantes que me apetece entrar filme a dentro para lhes abrir a porcaria dos olhos. (Ups xD)

quinta-feira, 26 de abril de 2018

133.

Fenómenos monetários:

Todos os meses o mesmo ordenado, todos os meses basicamente as mesmas despesas, todos os meses o mesmo "resto" na conta.
Este mês, o mesmo ordenado, com um delicado acrescento derivado da minha responsabilidade que me permitiu apresentar o meu IRS bem cedinho, e receber igualmente cedinho, basicamente as mesmas despesas, et voila.... praticamente o mesmo "resto" na conta.

Será possivel que o dinheiro tenha mesmo poderes mágicos para desaparecer sempre de igual forma, mesmo quando ele até parecia que poderia esticar um pouquinho mais este mês...

Oh senhores... que saudades de não ter responsabilidades.

quarta-feira, 25 de abril de 2018

132.

Ando ausente, eu sei... A verdade é que a vontade de escrever, de ter um blog, como tinha há 7 ou 8 anos atrás  não é a mesma. 
Falta-me inspiração, falta-me algo que realmente me apeteça partilhar com o mundo.

Mas hoje, e estando eu a atravessar um fase bastante complicada (sim, para quem segue estes meus últimos posts sabe que isto deste lado não anda fácil, mas particularmente as últimas semanas foram péssimas), recebi um sinal "divino" de que a vida também consegue ser um pouco mais simpática às vezes, só para não ser sempre tudo mau.

Quem me segue de há muitos anos atrás, de blog em blog, desde os primórdios do "Meia dose e pouco mais" passando ao tão saudoso (para mim, que me trouxe tanta coisa boa) "(não)sou o que fazem de mim", sabe que passaram pela minha vida, através do blog, pessoas muito especiais, pessoas que realmente amei e acarinhei como se fizessem parte do "mundo real", aquele mundo que tocamos, vemos, sentimos, cheiramos (algumas dessas pessoas, efectivamente saltaram a barreira virtual e vieram dar-me um abraço). 

Uma dessas pessoas que tanto estimei, um dia saiu da minha vida. Tenho uma vaga ideia de ter sido por um mal entendido, não consigo - por mais que tente - lembrar-me exactamente do motivo que levou a que tal pessoa chegasse a odiar-me, chegasse a guardar um rancor tal que me feriu com palavras mais do que o poderia ter feito com uma faca afiada. E por não me lembrar, e por também, às tantas, não ter tido como remediar a situação, conformei-me. Seguimos caminhos diferentes!

No dia em que recriei este blog, no inicio deste ano, 6 anos depois desse fim, procurei pelos blogs que conhecia, pelos blogs que nos eram comuns na altura, por algum vestigio da sua ainda existência. Desisti, quando me fui apercebendo que muitos dos blogs que seguia há 6 anos atrás, seguiram o mesmo caminho que eu e desligaram a blogosfera. Era impossivel encontrar alguém que não sabia nem onde nem como procurar. E reparem: eu já não queria remediar nada. Tantos anos depois, é impossivel que alguma coisa houvesse ainda para ser remediada. Eu queria apenas saber que está tudo bem com uma pessoa que nunca odiei e que nunca fiz por afastar da minha vida.

Porquê recordar isto agora? Porque um mero acaso trouxe essa pessoa de volta à minha órbita. Porque por um mero acaso precisei redefinir a palavra passe do meu Instagram, cujo email de acesso era um email que não uso e não abro há mais de um ano. E quando abri esse email, num gesto impulsivo, pus-me a marcar email a email os que não me interessava abrir e poderiam ser jogados no lixo.
Até que estagnei naquele nome, e mil e uma coisas revolveram as minhas ideias, e fiquei confusa... Porque estaria ali aquele nome? Teria sido algum email que eu tinha enviado? Seria algum rascunho de um email que ficou por enviar. Abri. Era um email que me foi enviado há um ano atrás... no dia 6 de maio de 2017. E só hoje o vi, só hoje o abri, só hoje o li.

E eis senão o meu espanto: "Só e apenas gratidão" era o assunto desse email. "Só e apenas gratidão" por ter sido, em tempos, uma das pessoas que mais incentivou o seguir de um sonho. 

"Este email não muda nada, é só e apenas gratidão"

E para mim não era. Nunca seria só e apenas gratidão... Eu, que jamais esperei uma única palavra. Eu, que jamais esperei que algum dia me pudesse valorizar de qualquer forma que fosse, quanto mais "agradecer-me" por algo que fiz com todo o meu coração sem cobranças. Eu, que tudo o que queria era ter uma pessoa para lá de especial na minha vida, "SÓ E APENAS" com a amizade linda que conseguimos construir, li aquele email e o motivo pelo qual foi enviado, como um sinal de que sim, nada é ou acontece por acaso. E se puder ter esta pessoa de volta na minha vida, vou agarrá-la com unhas e dentes e não vou permitir nunca mais que se perca uma voz que sempre me cantou ao coração. 

Agora é rezar para que, um ano depois, aquele email remetente, ainda possa ser um email destinatário e o testamento que enviei de resposta, chegue, são e salvo a quem de direito.