quarta-feira, 25 de abril de 2018

132.

Ando ausente, eu sei... A verdade é que a vontade de escrever, de ter um blog, como tinha há 7 ou 8 anos atrás  não é a mesma. 
Falta-me inspiração, falta-me algo que realmente me apeteça partilhar com o mundo.

Mas hoje, e estando eu a atravessar um fase bastante complicada (sim, para quem segue estes meus últimos posts sabe que isto deste lado não anda fácil, mas particularmente as últimas semanas foram péssimas), recebi um sinal "divino" de que a vida também consegue ser um pouco mais simpática às vezes, só para não ser sempre tudo mau.

Quem me segue de há muitos anos atrás, de blog em blog, desde os primórdios do "Meia dose e pouco mais" passando ao tão saudoso (para mim, que me trouxe tanta coisa boa) "(não)sou o que fazem de mim", sabe que passaram pela minha vida, através do blog, pessoas muito especiais, pessoas que realmente amei e acarinhei como se fizessem parte do "mundo real", aquele mundo que tocamos, vemos, sentimos, cheiramos (algumas dessas pessoas, efectivamente saltaram a barreira virtual e vieram dar-me um abraço). 

Uma dessas pessoas que tanto estimei, um dia saiu da minha vida. Tenho uma vaga ideia de ter sido por um mal entendido, não consigo - por mais que tente - lembrar-me exactamente do motivo que levou a que tal pessoa chegasse a odiar-me, chegasse a guardar um rancor tal que me feriu com palavras mais do que o poderia ter feito com uma faca afiada. E por não me lembrar, e por também, às tantas, não ter tido como remediar a situação, conformei-me. Seguimos caminhos diferentes!

No dia em que recriei este blog, no inicio deste ano, 6 anos depois desse fim, procurei pelos blogs que conhecia, pelos blogs que nos eram comuns na altura, por algum vestigio da sua ainda existência. Desisti, quando me fui apercebendo que muitos dos blogs que seguia há 6 anos atrás, seguiram o mesmo caminho que eu e desligaram a blogosfera. Era impossivel encontrar alguém que não sabia nem onde nem como procurar. E reparem: eu já não queria remediar nada. Tantos anos depois, é impossivel que alguma coisa houvesse ainda para ser remediada. Eu queria apenas saber que está tudo bem com uma pessoa que nunca odiei e que nunca fiz por afastar da minha vida.

Porquê recordar isto agora? Porque um mero acaso trouxe essa pessoa de volta à minha órbita. Porque por um mero acaso precisei redefinir a palavra passe do meu Instagram, cujo email de acesso era um email que não uso e não abro há mais de um ano. E quando abri esse email, num gesto impulsivo, pus-me a marcar email a email os que não me interessava abrir e poderiam ser jogados no lixo.
Até que estagnei naquele nome, e mil e uma coisas revolveram as minhas ideias, e fiquei confusa... Porque estaria ali aquele nome? Teria sido algum email que eu tinha enviado? Seria algum rascunho de um email que ficou por enviar. Abri. Era um email que me foi enviado há um ano atrás... no dia 6 de maio de 2017. E só hoje o vi, só hoje o abri, só hoje o li.

E eis senão o meu espanto: "Só e apenas gratidão" era o assunto desse email. "Só e apenas gratidão" por ter sido, em tempos, uma das pessoas que mais incentivou o seguir de um sonho. 

"Este email não muda nada, é só e apenas gratidão"

E para mim não era. Nunca seria só e apenas gratidão... Eu, que jamais esperei uma única palavra. Eu, que jamais esperei que algum dia me pudesse valorizar de qualquer forma que fosse, quanto mais "agradecer-me" por algo que fiz com todo o meu coração sem cobranças. Eu, que tudo o que queria era ter uma pessoa para lá de especial na minha vida, "SÓ E APENAS" com a amizade linda que conseguimos construir, li aquele email e o motivo pelo qual foi enviado, como um sinal de que sim, nada é ou acontece por acaso. E se puder ter esta pessoa de volta na minha vida, vou agarrá-la com unhas e dentes e não vou permitir nunca mais que se perca uma voz que sempre me cantou ao coração. 

Agora é rezar para que, um ano depois, aquele email remetente, ainda possa ser um email destinatário e o testamento que enviei de resposta, chegue, são e salvo a quem de direito.

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